EVANGELHO DE DOMINGO - Festa da Assunção de Nossa Senhora

21/08/2013 12:58

EVANGELHO DE DOMINGO - Festa da Assunção de Nossa Senhora

 

Evangelho (Lc 1,39-56)                                

Naqueles dias, 39Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia.

40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel.  41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.

46Então Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam.

51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa.

 

COMENTÁRIO

 

    Refletir sobre a Assunção de Maria é algo que nos leva a pensar o que fez Maria para merecer a graça de estar na presença do Criador já gozando daquilo que nos é prometido. Em Maria contemplamos a realização plena do projeto divino, que é o homem habitar plenamente na presença do Senhor.

    Maria foi merecedora de tal graça por sua fidelidade a Deus e ao seu projeto de salvação. Nos últimos dias refletimos sobre as realizações operadas por Deus em favor de seu povo, isso por meio das leituras tiradas do livro de Josué. Percebe-se a partir das narrativas um Deus que cumpre suas promessas. De todas as promessas feitas por Deus a maior delas se cumpre na pessoa do Cristo, e por meio do “sim” de Maria.

    Ao receber a visita do anjo e ter consentido ao apelo do anjo, ela se torna cooperadora na obra da redenção. Mesmo sabendo de tal graça, ela não se deixou dominar pela vaidade, mas ao contrário, logo se pôs a caminho para servir sua prima Isabel. Aqui se destaca a primeira característica de Maria, a humildade.  Tal fato, explica as palavras do arcanjo quando a chamou de “a cheia de graça”. Isso é possível, pois, a Mãe do Salvador esvaziou-se de si mesma, possibilitando ser preenchida com a graça do Espírito divino.

    Ao chegar a seu destino se deparou com sua prima, nesse momento a Igreja afirma, houve de maneira simbólica o encontro do Antigo como Novo Testamento, a promessa e o cumprimento, a antiga aliança simbolizada por Isabel que carrega em seu ventre o último dos profetas (João Batista) e Maria a arca da nova Aliança que traz aquele que cumpriria tudo o que estava prescrito pelos profetas. Isabel sente a presença do Espírito transbordante no seio virginal e a proclama “a bendita entre todas as mulheres”. Destaca que Maria é a bem aventurada porque acreditou.

    Por fim, Maria inspirada pelo Espírito entoou o Magnificat, que traduz primeiramente sua identidade. Ela se reconhece pequena, diante da grandeza de um Deus que realiza prodígios em favor de seu povo. Ela em sua humildade sabe que não é por seus méritos que concebeu, mas por bondade divina. Toma então para si a posição de serva, de receptora da graça. E, assim, na segunda parte do cântico a Mãe do Salvador se coloca como filha de Sião. Ela cooperadora com a obra da redenção, e sabe que também é herdeira de tal graça.

    Aprendamos, pois, de Maria que em sua grandeza de espírito se fez serva, e assim ensinou o que mais tarde seria expresso pelas palavras do próprio Cristo, que o primeiro é aquele que serve. E que os dons que nos são concedidos jamais são por nossos méritos próprios, mas por bondade do Criador. Pois, o Reino de Deus não pertence aos grandes e aos poderosos, mas aos pequenos e humildes. São essas as virtudes que fizeram com que a Virgem fosse assunta aos céus e merecedora de tais graças.

 

Texto: DIego Novaes

2º Ano de Teologia