EVANGELHO - XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM

27/08/2013 10:03

XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM

Evangelho do Dia (Lucas 13,22-30)

Sempre em caminho para Jerusalém, Jesus ia atravessando cidades e aldeias e nelas ensinava. Alguém lhe perguntou: “Senhor, são poucos os homens que se salvam?” Ele respondeu:  “Procurai entrar pela porta estreita; porque, digo-vos, muitos procurarão entrar e não o conseguirão. Quando o pai de família tiver entrado e fechado a porta, e vós, de fora, começardes a bater à porta, dizendo: ‘Senhor, Senhor, abre-nos’, ele responderá: ‘Digo-vos que não sei de onde sois’. Direis então: ‘Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste em nossas praças’. Ele, porém, vos dirá: ‘Não sei de onde sois; apartai-vos de mim todos vós que sois malfeitores’. Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacó e todos os profetas no Reino de Deus, e vós serdes lançados para fora. Virão do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e sentar-se-ão à mesa no Reino de Deus. Há últimos que serão os primeiros, e há primeiros que serão os últimos”.

 

 

COMENTÁRIO:

    Destaca-se no Evangelho deste domingo o questionamento: “Senhor, são poucos os homens que se salvam?”. Jesus não se detém em termos quantitativos, isto é, não faz referência ao “poucos” presumido no próprio questionamento. Antes, faz alusão à necessidade de se passar por um caminho ao qual todos são chamados, e que “muitos procurarão”. Deste modo, Jesus ensina-nos que há um caminho a ser seguido, ainda que este seja por vezes deveras difícil de ser trilhado não é impossível, contudo, exige esforço de cada pessoa, na certeza de que n’Ele há um convite universal à salvação.

 

    Grande risco se corre quando queremos assumir a postura do Pai, dizendo aos nossos irmãos “não sei de onde sois”, pois não cabe a nós a decisão de fechar as portas, pois o “Pai de Família” é quem sabe verdadeiramente quem são os chamados a adentrar em sua casa. Para nós que já somos caminhantes rumo à casa do Pai deve haver comprometimento com o Reino de Deus, afinal, nós sim corremos o risco de sermos “lançados para fora”, uma vez que a vivência do Evangelho exige doação.

 

    Eis a razão de passar pela “porta estreita” que consiste neste sair de si mesmo e ir ao encontro de Deus e do próximo, é preciso querer ser pequeno, esvaziar-se de si mesmo como o próprio Senhor, afinal nos incorporamos a Cristo pelo nosso batismo, devemos em tudo imitá-Lo, mesmo nesta difícil passagem pela porta estreita. Mas diante de Deus se já somos incorporados a Cristo, o que poderia nos impedir de adentrar na casa do Pai? Vemos na própria parábola que o que desagrada a Deus são os “malfeitores”. Portanto, não basta dizer ao Pai que somos amigos de Jesus se com nossas vidas não damos testemunho disto, se não somos capazes de ter as mesmas ações d’Ele.

 

    Nós já contemplamos o Reino de Deus, porém é preciso cuidar para que não sejamos lançados fora, é preciso que nos tornemos cada vez mais íntimos do Jesus para viver um autêntico seguimento, este cuidado é necessário para que não nos equivoquemos pensando que já somos “os primeiros”. E, além disso, ensina-nos também a parábola: “Muitos virão do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e sentar-se-ão à mesa no Reino de Deus”. Esta é a manifestação da graça de Deus que em Jesus Cristo revela-se como o amor infinito do Pai, que convida a todos para a participação no banquete já preparado para todos aqueles que deixam o Reino entrar em sua vida, e assim dão testemunho ao mundo da Boa Nova.

Texto: Ir. Gustavo Uchoa

2º Teologia