Exaltação da Santa Cruz

"Somente tu és digna de trazer o Rei do Céu"

    A exltação da Santa Cruz, celebrada outrora no dia de hoje como invenção da Santa Cruz (14 de setembro de 320) e ao mesmo tempo, a dedicação da Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém. Essa festa espalhou-se também no Ocidente. A finalidade da festa nos permite compreender seu sentido mais profundo: é a glorificação da cruz, sinal de redenção. A festa exprime muito bem as duas correntes da Liturgia: de um lado ela considera no Cristo o Divino Rei glorificado e de outro, nos apresenta o Cristo como homem com os cruéis sofrimentos de sua Paixão. Honramos a Cruz porque vemos nela o estandarte do Rei, a arvora de vida ornada da púrpura real, a balança na qual foi pesado o preço da salvação, o memorial da redenção triunfal. 

    Ela é também, entretanto, o patíbulo, o instrumento de suplício do Cristo padecente. É intencionalmente que a Igreja celebra agora esta festa da Redenção: a Cruz é "erguida" contra as trevas deste tempo, símbolo do poder do inferno. A Igreja quer também erguer "o sinal do Filho do homem", que aparecerá em sua segunda vinda. Além disso, festa se prende aos elementos mais antigos de nossa Liturgia e deveríamos dar-lhe maior solenidade. 

    Notemos que o tema desta grande festa do Senhor mostra-se-nos em uma luz totalmente inovadora, na qual contemplamos, o mesmo tempo, a Cruz no esplendor da vitória de Cristo sobre a morte (Ressureição), e o sinal do Filho do homem, que virá sobre as nuvens com grande poder e glória. Iluminados por esse grande sinal, possamos orientar nossa vida no exemplo de verdadeira doação e sacrifício de Jesus, para assim nos encontrarmos no momento final dignos de colher os frutos da Redenção, que brotam da árvore da vida, a Santa Cruz.