Santa Mônica

27/08/2013 21:05

"A glória das virtudes, maior que o louvor dos atos, vos orna, ó feliz mãe de tão grande filho"

 

Em Santa Mônica(331 - 387) se nos manifesta a vida de uma santa mulher, como havia tantas na Igreja Antiga, uma dessas mulheres cuja ação silenciosa exercia uma influência considerável. Mônica deu à Igreja de Deus, por suas orações e suas lágrimas, o grande Santo Agostinho. Nascida em Tagaste, de pais cristãos, Mônica foi educada severamente por uma serva cristã que carregara nos braços a seu pai. Mais tarde ela foi dada em casamento a um pagão chamado Patrício. Este homem, entre outros defeitos, tinha um gênio irascível. Mônica, nesta escola de sofrimento, praticou a virtude da paciência. Ela sempre esperava que a crise de cólera passasse e lhe fazia observações benévolas. Sua própria sogra, a qual servas maldosas haviam colocado contra Mônica, foi conquistada por sua amabilidade. Ela teve três filhos: Agostinho, Navígio e Perpétua, que se tornou religiosa. Dos filhos, o que mais lhe causava preocupações era Agostinho. Segundo o costume do tempo, os filhos não foram batizados logo depois do nascimento. Mônica, entretanto, fez inscrever, muito cedo, seu filho Agostinho no número dos catecúmenos. Retardou contudo seu Batismo, mesmo quando ele o pediu em uma grave doença. É que previa, sem dúvida, sua vida pecaminosa. Quando Agostinho estava com 19 anos, Patrício morreu. Por sua paciência e suas orações, Mônica o convertera. O jovem Agostinho entregou-se a todos os desregramentos, o que causou à sua mãe uma extraordinaria mágoa. Como as orações e as lágrimas ficassem inúteis, ela recorreu a um meio extremo e lhe fechou as portas de sua casa. Prevenida por uma aparição, ela o fez voltar ao lar. Em sua dor, é confortada por um bispo: "O filho de tantas lagrimas não poderá perecer". Quando Agostinho se dirigiu à Roma, ela quis acompanhá-lo, porém ele enganou a sua mãe e o barco já havia partido quando ela chegou ao lugar do embarque. Reuniu-se entretanto mais tarde, ao filho, em Milão, onde ela se tornou um modelo de piedade. Santo Ambrósio muito a estimava e felicitava a Agostinho por possuir uma tal mãe. Foi nessa cidade que ela preparou a conversão de seu filho. Chegou, finalmente, o tempo em que Deus transformou sua lágrimas em alegria e Agostinho tornou-se Cristão. A tarefa de Mônica estava cumprida. Como estivesse em preparativos para voltar à África com seu filho, faleceu em caminho, com a idade de 56 anos. A narrativa de sua morte é uma das mais belas passagens das Confissões.

Peçamos hoje a intercessão de Santa Mônica a todas as mulheres que buscam santificar-se nas tarefas do dia a dia, e além disso são verdadeiras intercessoras em seus lares. Que Deus lhes mantenha sempre a perseverança, na certeza de que serão atendidas em suas maiores aflições.

 
"Não quero calar o que brota de minha alma a respeito desta tua serva, que me gerou na carne para a luz temporal e no coração para a luz eterna" (Confissões IX, Cap. 8)
  
 
 
 
Sem. João Lucas
2º ano de Filosofia